Por Carlos Cogoy
Grupo moçambicano chegou ontem à cidade. Trata-se da compositora e intérprete Sizaquel Matlhombe e os músicos Regino Reginaldo Matimbe (guitarra), e Édion Pequenino (bateria). Eles estarão participando da programação do MOZ Festival Brasil, que iniciou quinta, e terá atividades até dia 20. O evento, aprovado no edital do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROCULTURA), em 2017, está proporcionando shows, oficinas, roda de conversa, exposição sobre a cultura de Moçambique, mostra de cinema e literatura. Conforme o pesquisador Vinicius Britto Moraes (UFPel), idealizador do festival, a ideia é aproximar as culturas africana e brasileira, promovendo a troca de saberes e sentidos, estreitando a relação que marca a história do Brasil e a África.
MARRABENTA – Sizaquel dedica-se à música há dezessete anos. Em 2006 ela lançou disco, e sua música destaca o ritmo Marrabenta. Conforme explica, é uma batida africana, com ênfase na percussão, mas que também dialoga com a fusão de ritmos afros. Nas letras, reflexões e vivências, com abordagem positiva sobre a transformação. Em Pelotas, ela está acompanhada do guitarrista Regino Reginaldo Matimbe, e o baterista Édion Pequenino. Conforme explica, o grupo “Wale Kaia” tem sete integrantes. Porém, devido aos custos, foi possível viabilizar o deslocamento de trio. Pela primeira vez no Brasil, Sizaquel conta que já se apresentou em países como Portugal, Áustria e Alemanha. Durante período, ela acompanhou o músico Stwart Sukuma, que é destaque na cultura moçambicana.
SHOWS – O trio estará se apresentando sábado à tarde no largo do Mercado. A partir das 14h, haverá inúmeros shows. Além dos artistas africanos, também estarão no palco: Kako Xavier e a Tamborada; Myro Rizoma; Dudu Freda; Davi Batuka. Segunda a partir das 10h, Sizaquel, Regino e Édion, estarão tocando e ministrando oficina no Museu do Doce – Praça Cel. Pedro Osório 8. No dia 19 às 15h, programação na Bibliotheca Pública Pelotense, com oficina de gêneros percussivos moçambicanos e afro-brasileiros. Interessados podem levar seus instrumentos. No dia 20 às 20h, apresentação no Bier Hostel – rua Miguel Barcelos 546.
ÁFRICA – Em visita ao DM, os moçambicanos mencionaram sobre aspectos sociais e culturais de Moçambique. Acerca da realidade brasileira, observaram que o país exibe muitos programas produzidos por grandes emissoras como Globo e Record. Também há brasileiros visitando e residindo em Moçambique. Então, avaliam que dispõem de informações básicas sobre o País. Já a realidade africana, afirmam, contrasta com o estereótipo do continente imerso na pobreza, enfermidades e violência. Aliás, salientaram que a imagem da África empobrecida, beneficia alguns que solicitam recursos aos países ricos. Porém, o apoio não chega a maioria da população. E exemplificam com Moçambique, um país rico mas com grande desigualdade. E citam a corrupção, violência e pobreza, como sintomas da concentração de renda. A exemplo do Brasil, por lá também há necessidade de melhorias na educação e saúde. Já em relação à admiração pela arte, Regino destaca a bossa nova, chorinho e o samba.
HOJE das 17h30min às 19h na Bibliotheca Pública Pelotense, Oficina de Dança Tradicional Batuque de Cabo Verde.Informações na Fanpage “Festival Moz Brasil”, e no Instagram “@festivalmozbrasil”.
Fonte: http://diariodamanhapelotas.com.br/site/moz-festival-arte-africana-no-projeto-com-shows-e-oficinas-neste-sabado/