Na manhã desta quarta-feira (27), o grupo de trabalho da Prefeitura, que trata da rede de rua, se reuniu para discutir o encaminhamento de situações envolvendo crianças e adolescentes. Representantes das secretarias de Assistência Social (SAS) e Saúde (SMS), Conselho Tutelar, Organização da Sociedade Civil (OSC) Gesto, Ministério Público e Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) apresentaram ideias para o combate do trabalho infantil e da situação de rua, além de analisar alguns dos casos levantados nas últimas semanas.
O objetivo é melhor articular a atuação em rede, com o acompanhamento também do núcleo familiar, além de promover uma campanha incentivando a população a não dar esmolas. O hábito provoca a exploração dos jovens e faz com que permaneçam longe da escola.
“É preciso entender que apenas um serviço não será suficiente. O trabalho com crianças e adolescentes já é difícil, e em situação de rua é mais ainda”, lembrou a psicóloga Aline Crochemore. Em muitas histórias há agravantes, como o abandono e a vulnerabilidade social, por isso o fluxo de trabalho precisa ser efetivo.
A SAS estabelece parcerias com instituições para atuar na abordagem social a esse público, como no caso da OSC Gesto. Todas as noites, um grupo de convivência, no Restaurante Popular, oportuniza oficinas e reforço escolar para 40 crianças e adolescentes em situação de risco, e cerca de cem integram o cadastro da Organização.
A promotora da Infância e da Juventude, Luciara Robe da Silveira, explicou que o comunicado de casos envolvendo violência e abuso sexual contra menores de idade chega com mais frequência ao MP, em comparativo às denúncias de trabalho infantil e mendicância, o que dificulta a responsabilização de pais ou familiares envolvidos. “Mas esmola não é ajuda”, enfatizou Luciara, que ainda destacou que doações em valores devem ser encaminhadas ao Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fundica), órgão que pode fornecer o auxílio necessário.
Como forma de combater o trabalho de crianças e jovens, na forma de venda de balas e canetas com o argumento da compra de materiais escolares, ou o pedido de esmola para o mesmo fim, comuns nessa época do ano, o grupo organizou uma arrecadação de cadernos, canetas, lápis, estojos e mochilas. As doações podem ser encaminhadas ao Plantão Social da SAS, aos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e a sede da Gesto, para que sejam destinadas a quem necessita e estimular a permanência em sala de aula.
Fonte: http://www.jornaltradicao.com.br/site/content/variedades/index.php?noticia=30651