Uma cena rara nas noites no Mercado Central: uma plateia atenta, em silêncio, com a atenção voltada ao centro do pátio cultural. Um senhor observa encantado a apresentação do grupo Somos Todos Severinos, no Sete ao Entardecer desta segunda-feira (6). "Precisamos fazer uma formação de público para entender que o teatro é uma cultura viva", disse o aposentado Vitor Azubel, ator e cantor no coral Música pela Música há 23 anos. O porto-alegrense deixou sua cidade natal para viver em Pelotas porque diz desconhecer cidade "com mais potencialidade cultural do que aqui". 

          Azubel resume a diversidade de culturas que o município possui e que cada vez mais ganha destaque. A programação do evento da Prefeitura promoveu a peça Morte e Vida Severina, uma adaptação livre do poema de João Cabral de Melo Neto pelo acadêmico do curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Carlos Finger. Personagens dos atores Teci Pereira, Fábio Barbosa, Régis Riveiro e Chico Meirelles abordam a luta pela sobrevivência na sociedade permeada pelo consumo.   

          "Apresentar-se no Mercado traz outra expectativa, induz o espectador a outro tipo de concentração por causa da temática forte", disse Meirelles, de 58 anos, diretor do Teatro Cassiano e "ator toda a vida", como define. Seus alunos de teatro no Colégio Estadual Cassiano do Nascimento, Yandra Lopez e Artur Aranha, ambos de 14 anos, contaram que valorizam experiências de divulgação da arte. "Ainda tem uma distância entre o teatro e o público. Achei legal a peça aqui, em um lugar diferente", disse a menina. 

          O Sete ao Entardecer no Mercado ocorre todas as segundas-feiras, às 19h, no pátio cultural. O evento está arrecadando alimentos não perecíveis à comunidade indígena Kaingang.

          As próximas atrações são:

12 de junho – Duo Latino

19 de junho – Psico

26 de junho – Vc Sabe Quem Cia de Teatro

Fonte: Prefeitura de Pelotas